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Saiba o que é ser um refugiado

Atualizado: 11 de jul. de 2022

Por Alexandre Addor, professor VV


"O dia 20 de junho é Dia Mundial dos Refugiados, mas a data não vem a ser uma de celebração, mas sim de reflexão. Obviamente, que os números atuais chegaram a outro patamar com a Guerra na Ucrânia, mas a quantidade de refugiados mundo afora vem numa crescente na última década. Para entender o momento crítico, atualmente vivemos a maior crise de deslocamento desde a Segunda Guerra Mundial. Os motivos são variados, mas envolvem conflitos, fome, desigualdade, perseguição, preconceitos, discriminação; para elencar pontos de uma (infelizmente) longa lista..


Esta data tem como intuito homenagear as pessoas que veem como única opção a fuga de sua casa, cidade e país. Pode ser repetitivo, mas é sempre importante falar que ninguém escolhe este caminho por livre e espontânea vontade. Ninguém tem como objetivo deixar para trás toda uma vida, uma história, familiares e amigos para começar do zero em outro país.


A própria adaptação do refugiado em outro lugar é extremamente delicada. Envolve uma nova cultura, uma nova sociedade e, em alguns casos, uma nova língua, por exemplo. Exatamente por estes fatores sensíveis é que precisamos pensar com muito cuidado nos seres humanos que se veem desterrados por questões além do seu controle.


O sistema internacional têm várias organizações que trabalham o tema, assim como instituições ajudam as pessoas que passam por esta situação, mas percebemos que em muitos momentos até agências especializadas, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), estão tendo dificuldades para lidar com as adversidades.


A própria ONU com sua estrutura, tratados, documentos e debates sobre o assunto, ainda não consegue fazer com que seus Estados-Membros atuem de acordo com o que foi acertado entre eles. Segundo os textos pactuados e diversas falas de líderes mundiais, todos têm o direito a buscar proteção, de terem a sua individualidade respeitada, serem tratados com dignidade. Em suma, de ter um acolhimento e tratamento humanizado, mas o que vemos é uma realidade muito longe disso.



A Guerra na Ucrânia serve como exemplo para entendermos como existe uma hierarquia de refugiados. Não que seja um termo cunhado academicamente ou que ocorra uma discussão mais profunda sobre ele, mas de acordo com diversos relatos, refugiados de países como Sudão eram impedidos de entrar na Polônia e até sofrendo violências múltiplas para impedir o acesso a um direito básico. Todavia, quando os refugiados eram ucranianos estes eram recebidos de braços abertos.


Importante falar que não importa a origem, todos devem ser recebidos de uma maneira que realmente venha a ajudar pessoas que estão fugindo de sérias adversidades e que padecem diariamente com as suas consequências, seja fisicamente ou mentalmente. O tratamento humanizado deveria ser o ponto cardinal quando consideramos isso, mas ele acaba sendo mais exceção do que regra.


Ainda temos um longo caminho a ser trilhado quando falamos dos refugiados, mas um passo importante para que esta situação seja revertida é uma maior compreensão dos fatores que levam ao refúgio para que possamos atuar diretamente nas suas causas; estruturando assim um esforço conjunto para lidar com as origens do problema ao invés de trabalharmos de modo paliativo com as consequências.


O ser humano foi quem criou esta realidade e só ele pode fazer com que os rumos venham a mudar e possamos viver num mundo em que, caso as pessoas precisem de refúgio, elas o recebam de forma devida e não de acordo com os desígnios de políticas estatais em constante mutação."


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